O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), reagiu às
declarações da presidente Dilma Rousseff feitas em Nova York, afirmando que a
petista "não está bem" e que "zomba dos brasileiros". Em
nota, Aécio acusou Dilma de cometer um "acinte" ao comparar a delação
premiada dada ao empreiteiro Ricardo Pessoa às pressões para que presos
políticos se tornassem delatores na época da ditadura militar.
"A presidente realmente não está
bem", diz Aécio, na nota. Em Nova York, Dilma disse que não respeitava delatores
e que muitos colegas de resistência à ditadura militar foram forçados a se
tornar delatores e que ela, como presa política, sempre resistiu.
Nesta terça-feira, a oposição se
reúne para fechar um discurso sobre as declarações de Pessoa. Participam do
encontro os dirigentes do PSDB, DEM, Solidariedade e PPS. O objetivo do
encontro é fechar um discurso único sobre as novas denúncias da Lava-Jato.
"A presidente da República ou
não está raciocinando adequadamente, ou acredita que pode continuar a zombar da
inteligência dos brasileiros. A presidente chega ao acinte de comparar uma
delação feita dentro das regras de uma sistema democrático, para denunciar
criminosos que assaltaram os cofres públicos e os recursos pertencentes, com a
pressão que ela sofreu durante a ditadura para delatar seus companheiros de
luta pela democracia", disse Aécio.
E acrescentou: "Não será com a
velha tentativa de comparar o incomparável que a senhora presidente vai
minimizar sua responsabilidade em relação a tudo o que tem vindo à tona na
Operação Lava-Jato".
Depois de Dilma afirmar em Nova York
que o tucano também recebeu doações (de R$ 4,5 milhões de Pessoa), na campanha
eleitoral, Aécio disse que as doações legais feitas a várias candidaturas não
são o objeto da investigação e sim as relações da campanha de Dilma, do PT e do
governo com Pessoa.
"O objeto das investigações da
Polícia Federal, do Ministério Público e da Justiça não são doações legais
feitas de forma oficial por várias empresas a várias candidaturas, inclusive a
minha", diz Aécio. E acrescenta que essas doações não tiveram
"qualquer contrapartida que não fosse a alforria desses empresários em
relação ao esquema de extorsão que o seu partido institucionalizou no
Brasil".
O senador disse que a presidente deve
responder sobre as denúncias envolvendo o ministro Edinho Silva (Comunicação).
Para Aécio, as investigações são, sim, sobre as denúncias relacionadas do
ministro Edinho Silva, que "registram que o tesoureiro da sua campanha
teria. de forma 'elegante', vinculado a continuidade de seus contratos na
Petrobras à efetivação de doações à campanha presidencial da candidata do
PT". Ele citou ainda as declarações do tesoureiro do PT, João Vaccari, que
se referia aos recursos recebidos de Pessoa como "pixuleco".
Aécio disse que a presidente Dilma
está frágil , num momento em que visita os EUA: "O fato concreto é que,
talvez nunca na história do Brasil, um presidente da República tenha feito uma
visita oficial a outro país numa condição de tamanha fragilidade. E afirmações
como essa em nada melhoram sua situação".
O tucano acrescentou que, para ele,
Dilma "desrespeitou seus próprios companheiros de resistência democrática
ao compará-los aos atuais aliados do PT acusados de, nas palavras do
procurador-geral, terem participado de uma "corrupção descomunal".
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